sexta-feira, 29 de julho de 2011

Aglutinações

Uma de minhas filhas aglutinas palavras.
Veio escrito no boletim.

Pensei:
questões de português aserem ajustadas,
ou pressa do pensamento mais rápido quia escrita,
vontade de juntar o questa separado,
e, porque não,
uma veia poética despontando.

Brincadeiras, exercícios de imaginação.
Tem que ter um tanto de objetividade,
um tanto de subjetividade,
um tanto de imaginação,
para entender os filhos.

Mas morro de saudades da fase em que elas escreviam as letras ou palavras espelhadas.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre as pequenas coisas

Passeava com uma amiga inglesa numa mata ao lado de sua casa.
Inverno com sol e frio e um caminho de pedriscos em meio às árvores desfolhadas.
Tinha lá meus 20 anos, ela seus 40.
"O que mais gosto nestes passeios é de olhar estas pedrinhas do chão. Olha como cada uma tem sua própria sombra!"
Não soube como entender o que ela falava. Achei ela hiper detalhista, talvez um modo inglês de ver as coisas, sei lá.
Aos 40 e tantos, parece fazer mais sentido.
Diz-se da sabedoria que vem com a idade,
de aprendermos a dar mais valor às coisas pequenas.
"Cada pedrinha tem sua própria sombra".
A verdade, no entanto, é que eu continuo inquieta,
a olhar mais para onde vai dar o caminho.
E as pedrinhas e suas sombras?
Tropeço em algumas volta e meia,
e me lembro que elas existem.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Paisagem

Paisagem branca.
Aqui no "Fim do Mundo", como chamam,
o horizonte termina lá em cima, no céu.
Nevou lindo.
Uma gota derretida escorreu pelo parabrisa do carro.
Era uma lágrima.