domingo, 20 de maio de 2012

Mania

Ganhei um casaco.
Sobretudo.
Veio em uma grande caixa,
dentro de uma grande sacola de papel.
Guardei o casaco,
a caixa,
e a sacola.
Discussão de casal.
"Não dá para ficar guardando caixas e sacolas.
Já não tem mais lugar!".
Mas vou precisar delas, com certeza.
Impossível jogar fora.
E não tem a ver com reciclar, reutilizar, etc.
Sabe mãe que sempre "raspa o prato" do filho criança?
Quase uma mania.
Uma tia foi arrumar a casa de uma parente
que acabara de morrer,
já bem velhinha.
Separar as roupas e objetos,
dividir na família, doar, esvaziar armários.
Muita coisa.
E em uma gaveta uma sacola.
Dentro um plástico.
Desdobra, desdobra,
até chegar
em um cotonete
muito bem guardado.
Ou melhoro até meus 90,
ou vou dar muito trabalho
para quem for
limpar minhas coisas.

domingo, 13 de maio de 2012

Mães e regras...

Corrijo sempre na minha filha,
as estruturas gramaticais
no meio das histórias
que vai contando.
A resposta sempre:
"Ah, tanto faz!"
E discutimos.
"Não é tanto faz, tem jeito certo de falar!"
Volto de viagem e ouço:
"Tava com saudades!"
E logo na primeira observação:
"...mas não tava com saudades das tuas regras!"
Soco no estômago.
E...
diante de uma história,
das saudades,
da conversa,
do entendimento,
ela tem razão.
Dá na mesma como é dito,
como é feito,
Tanto faz.
Por sorte,
o dia acaba mesmo
com um colo,
um abraço,
Um beijo de boa noite.

domingo, 6 de maio de 2012

Encruzilhada

Veríssimo hoje escreveu sobre a insônia.
Acompanha tantos e
tantas vezes tem me acompanhado,
que ganhei de uma grande amiga
vinda de uma viagem,
um livro para combatê-la.
(Já virou uma marca que faz as pessoas lembrarem-se de mim!)
Mas, bem dizendo,
o livro é um diário para viver a insônia.
Páginas em branco entremeadas
com citações de grandes figuras históricas,
artistas, políticos, escritores...
Um consolo - estou afinal em boa companhia -
e uma sugestão sobre como esvaziar a cabeça
de tantos pensamentos
que trapacearam o sonho,
recusaram-se a entrar no inconsciente,
e entraram em uma espiral.
Difícil de sair.
E desculpem-me pela simplificação
amigos psicanalistas,
mas afinal,
os sonhos não foram feitos
justamente para acomodar os temas,
questões, problemas, que não demos
e não damos conta?
Em algum lugar
deve existir uma encruzilhada
que divide o que vai para o sonho
e o que fica para a insônia.
Vou registrar no meu diário,
os sonhos e os pensamentos espirais.
Quem sabe olhando uns e outros
descubro,
e se descobrir,
conto.
Prometo.