quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vergonhas

De algumas coisas.
Fiquei com vergonha de não gostar de pequi em Goiás velho 
com um amigo goiano ao meu lado.
E mais ainda de não conseguir comer a pamonha que vi fazer 
a muitas mãos num quintal também  goiano,
com gordura de porco.
Fiquei com vergonha de não conseguir comer 
o Pato no Tucupi ao lado de um amigo belemense.
Pedi desculpas.
E de falar que não gosto de cachorros e de animais
domésticos, estes de estimação, 
para um sujeito que toma o seu por filho.
E mil vergonhas 
de não-ter-pensado-nisto-antes,
com coisa óbvias.
E daquela máxima,
a tradicional,
de falar antes de pensar.
E de não fazer bem contas.
Achei que fosse perder as vergonhas com a idade.
Assim dizem.
E é verdade.
Rio muito mais de mim
e até aproveito para exagerar
minha falta de jeito
ou os não gostos
em alguns momentos.
Mas ainda tenho muitas vergonhas.
Pode ser também sinal 
um sinal da idade.
Um sinal trocado.
Me consola assim.

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