sábado, 19 de novembro de 2011

Jabuticabeiras

No meu caminho para o trabalho vi um pé de jabuticaba Grande na caçamba de um caminhão. Sem ter muito o que pensar logo de manhã, me peguei com um pensamento longo sobre a árvore e a fruta.
Para começar, simplesmente adoro. Adoro o gosto e adoro comer, com aquele estouro que faz na boca. E tem todo aquele romantismo de comer a fruta no pé. Pé de jabuticaba é fácil de subir, e que me lembre subi muito na fazenda de meu avô. Mas hoje não sei como se faz sem sentar e amassar as jabuticabas, tingir a roupa, estragar os brotos.
Jabuticaba na feira é menos romântico, mas mais fácil e vem de montes. Meu pai, que tem por natureza pechinchar, chegou uma vez em uma barraca em fim de feira e arrematou - esta é a palavra mesmo - tudo o que tinha sobrado no tabuleiro. Muita geléia para não estragar.
Vi a jabuticabeira e veio de novo o desejo de ter uma Grande, no quintal. Melhor que minhas amoreiras, que também gosto, mas não dão jabuticaba, claro, nem é um pé tão bonito.
O problema é que é uma arvore que cresce lenta.
Pois volto a pensar naquele pé já crescido a ser replantado, em um jardim qualquer, e a tentação: "Já dando fruta", diz a placa destas caminhonetes que as vendem pela cidade. Mas se é para comer jabuticabas, o tabuleiro da barraca da feira dá bem conta.
Uma jabuticabeira plantada por você não. É uma questão de persistência e de acreditar que vai chegar o dia de subir no pé e se tingir para comer as frutas que você plantou.
Paciência.
Maturação da árvore, maturidade do plantador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário