sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A vida, no final das contas...

Seção Falecimentos, caderno Metrópolis do Estadão.

Além dos anúncios de falecimento usuais, nos últimos tempos há também um pequeno box destacado com uma foto e uma breve biografia de um falecido, escrita, certamente, por um familiar.

Das biografias:
"Advogado criminalista atendia de graça  Comprava na Rua 25 de Março presentes para distribuir a crianças no Natal... "
"Em Fernando de Noronha na 2a Guerra  Serviu o exército em plena 2a guerra. Gostava de viajar de navio...um de seus últimos destinos foi justamente Fernando de Noronha."
"Delegado foi jogador de futebol e cronista Começou a jogar futebol profissionalmente aos 17 anos...Só deixou as redações quando passou a ocupar uma vaga de delegado de polícia...conquistou uma cadeira na Academia de Ciências, Letras e Artes dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo."
"Um esportista intelectual" ...era um atleta...estava indo para o Japão quando teve um problema no joelho que o impediu de viajar - mas não de lutar...era também um intelectual...Os Miseráveis (Victor Hugo) leu mais de 4 vezes.
"Declamadora, tornou-se radialista" Começou a ter aulas de declamação aos 23 anos...começou a ganhar destaque dentro da comunidade (armênia). ...também era forte defensora da causa armênia. A partir de 1958 criou o programa de rádio...nele fazia um boletim das novidades na comunidade.
"Um ano mais novo do que na certidão" Morreu aos 83 anos. Na prática, porém, era mais novo, tinha 82. A confusão aconteceu quando seu pai foi registrá-lo, bem depois do nascimento.Tinha um grande viveiro, em que mantinha especialmente canários. Muito religioso, gostava de acompanhar a missa pela TV e por radinho de pilha, seu companheiro inseparável

Não leio obituários como meu pai, mas este seu costume me levou a reparar nesta seção do jornal e as biografias dos box me chamaram a atenção. Me fez lembrar como, no final das contas, a vida é diversa e  simples. E está bem assim.

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